A comunidade LGBTT foi impactada com uma decisão da Justiça que causou comoção e revolta nas mídias sociais esta semana, incluindo a manifestação de famosos e celebridades.
Na sexta-feira (15), o juiz federal da 14.ª Vara do Distrito Federal, Waldemar Cláudio de Carvalho, concedeu liminar que permite psicólogos oferecerem terapias de reversão sexual, também conhecida como “cura gay” (veja ona íntegra).
Chamado de homofóbico por muitos, o magistrado atendeu ao pedido de uma ação popular movida por profissionais que dizem acreditar neste tipo de “tratamento”. Uma das autoras da ação é a psicóloga Rozangela Alves, que já foi punida por oferecer terapias de reversão sexual para pessoas homoafetivas. Esse procedimento é proibido pelo Conselho Federal de Psicologia desde março de 1999, que diz, em parágrafo único que ”os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades” (veja ana íntegra)
Em entrevista ao blog, Fernando Luiz, psicólogo e doutorando em psicanálise pela Université Paris 7- Diderot, disse que “cura gay” não é uma definição da psicologia, mas um termo que apareceu no debate público a partir de iniciativas de setores conservadores cristãos norte-americanos a partir do final dos anos 1990. “O termo mais pseudocientífico para cura gay são as chamadas terapias reparativas ou terapias de conversão. Estas foram logo rejeitadas pela Associação Psiquiátrica Americana já em 2000 por total falta de rigor científico. Faltaram critérios de validade, eficácia, como também problemas éticos de atender uma demanda de pacientes que procurar se livrar de um estigma social.”
O profissional aponta que os impactos subjetivos de tais terapias têm sido os piores possíveis. “Há relatos de agravamento de quadros depressivos, produção de traumas devidos às experiências de choque, autoritarismo e inúmeros abusos de poder dentro dessas clínicas de reconversão”. Read more via Estadao
Members from the LGBTT community respond to the 14th Court of the Federal District, judge Waldemar Cláudio de Carvalho's decision that granted an injunction allowing psychologists to offer gay cure therapies.