Da ONU: Em alusão ao Dia Internacional contra Homofobia, Transfobia e Bifobia (IDAHOTB), o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos fez um pronunciamento convocando todos os países e demais atores a garantirem que o enfrentamento da violência e discriminação motivadas por orientação sexual e identidade de gênero permaneça "firmemente incluído na Agenda 2030". Também pede a inclusão das pessoas e comunidades LGBT na concepção, implementação e avaliação de todas as políticas relacionadas.
A campanha Livres e Iguais da ONU fez um novo chamado "Seja um Aliado Melhor". A campanha enfatiza que ser aliado é "mais que a aceitação calada". Pede para as pessoas se manifestarem e se apoiarem umas às outras, aprenderem umas das outras, e criarem uma sociedade mais inclusiva e amorosa.
Em Beijing, dois embaixadores do UNAIDS participaram de um diálogo aberto com estudantes da Universidade de Pequim sobre a importância do enfrentamento da discriminação para acabar com a epidemia de AIDS. Astro de cinema e humanitário, Huang Xiaoming, o Embaixador da Boa Vontade do UNAIDS na China, refletiu sobre o que o motivou a se tornar um Embaixador do UNAIDS e por que a discriminação deve acabar, afirmando que “é importante tratar todo mundo de forma respeitosa, é de particular importância manter a mente clara e objetiva, e preservar a justiça e a verdade”. A primeira dama do Panamá, Lorena Castillo de Varela, Embaixadora Especial do UNAIDS para a América Latina, pediu para os estudantes fazerem parte do enfrentamento da discriminação em suas ações cotidianas:
“Aquele simples sorriso, por mais que pareça um pequeno gesto para você, pode fazer com que outro ser humano se sinta especial, e não discriminado ou diferente.”
O PNUD e o Departamento de Assuntos das Mulheres e Desenvolvimento Familiar da Tailândia publicaram um novo estudo “Reconhecimento Legal de Gênero na Tailândia: uma revisão de leis e políticas” com contribuições do governo e da sociedade civil sobre as leis, normas, políticas e práticas que impactam o direito das pessoas trans ao reconhecimento perante a lei. O estudo examina como a incapacidade de mudar o nome, sexo ou gênero em documentos oficiais têm impacto sobre o acesso a serviços de saúde e serviços sociais, além de emprego, serviços bancários, educação e atenção à saúde.
Em Hong Kong, o Being LGBTI Asia (Ser LGBTI na Ásia) do PNUD e a Universidade Chinesa de Hong Kong organizaram em conjunto uma conferência internacional sobre a importância da pesquisa e coleta de dados sobre questões LGBTI para subsidiar melhor as políticas e questões relacionadas ao desenvolvimento.
HIV, Saúde e Bem-Estar: A Comissão Guttmacher-Lancet—uma instância de colaboração entre especialistas em saúde global, desenvolvimento e direitos humanos—publicou um novo relatório que apresenta uma “agenda positiva, progressiva e baseada em evidências” para melhorar os direitos de saúde sexual e reprodutiva (DSSR) mundialmente. Além de contracepção, HIV e atenção materno-infantil, o relatório examina componentes muitas vezes esquecidos dos DSSR, incluindo a educação abrangente em sexualidade, o aborto, a infertilidade e a violência baseada em gênero. O relatório destaca as necessidades de grupos específicos, incluindo pessoas de orientações sexuais e identidades de gênero diversas.
O Ministro Adjunto da Saúde da Tanzânia, Faustine Ndugulile, anunciou que o país iniciou pesquisas com PrEP para a prevenção do HIV entre populações-chave.
Um tribunal russo fechou o site sobre HIV e saúde sexual "Parni Plus", que funcionava há 10 anos, porque “contém informações que ameaçam os valores da família e promovem relações sexuais não convencionais”. Há alguns meses os tribunais russos também fecharam o "Gay.ru", um site de informações em russo e inglês que funcionou por mais de 20 anos.
Já na Malásia, o grupo local de monitoramento da mídia, o Sinar Project, denunciou que o provedor de serviços de internet do país vem bloqueando o site Utopia-Asia, um guia de viagens LGBT com o maior acervo de informações sobre HIV/AIDS da região.
Nos EUA, o CDC anunciou que fez parceria com grupos comunitários para melhorar a testagem para HIV entre pessoas trans. As novas iniciativas serão “culturalmente apropriadas” e contemplarão os fatores socioeconômicos que impactam as pessoas trans. Enquanto isso, também nos EUA, o Transgender Law Center (Centro Jurídico Transgênero) lançou uma nova campanha “#ACApositive” para focar a discussão sobre a atenção à saúde nas “probabilidades de vida ou morte” das pessoas trans vivendo com HIV.
Nos EUA, o aumento nas taxas de sífilis levaram o Departamento de Saúde do Estado de Nova York a atualizar as diretrizes sobre o tratamento e manejo da sífilis entre adultos vivendo com HIV. Em Palm Springs, na Califórnia, um “surto” de novas infecções resultou em reuniões comunitárias e na campanha “Spotlight on Syphilis”(Sífilis em Destaque).
Na Papua Nova Guiné, pesquisadores publicaram um estudo avaliando a viabilidade da testagem para sífilis ‘à beira do leito’ em serviços de saúde em contextos rurais e de renda baixa. Já a microbiologista canadense, Caroline Cameron, recebeu uma patente para uma vacina em potencial contra a sífilis.
Pesquisadores nos EUA divulgaram os resultados de uma nova pesquisa “Sex after65” (sexo após os 65) que avaliou o interesse dos adultos idosos no sexo. A pesquisa mostrou que 40% das pessoas entre 65 e 80 anos de idade são sexualmente ativas, mas apenas 17% conversaram com a equipe de saúde sobre a sua saúde sexual nos últimos dois anos.
No Quênia, o jornal The Standard publicou uma matéria argumentando que a homofobia e o preconceito contra as pessoas LGBT continuam sendo barreiras contra o fim da epidemia de AIDS no país. Na Libéria, integrantes da comunidade LGBT afirmam que lhes é negado tratamento básico por profissionais de saúde que os veem como "a antítese da cultura liberiana".
O site de notícias African Arguments (Argumentos Africanos), da Sociedade Real Africana publicou um artigo que explora como a “masculinidade tóxica” em Ugandaimpulsiona a disseminação do HIV. Também em Uganda, a repórter Alice McCool entrevistou homens trans que estão desafiando aqueles papéis tradicionais de gênero. Enquanto isso, um editorial de opinião do New York Times exaltando os “twinks”—um estereótipo do homem gay jovem, atraente e esbelto—causou uma forte reação, com muitas pessoas refletindo sobre o papel que os estereótipos de gênero e de masculinidade entre gays tem sobre a saúde mental e transtornos alimentares entre pessoas LGBTQ.
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Do mundo da política: A Equal Rights Coalition (ERC) (Coalizão pela Igualdade de Direitos), uma rede intergovernamental criada para promover e proteger os direitos humanos das pessoas LGBTI, divulgou uma nota pedindo o fim dos exames anais forçados realizados com base na orientação sexual ou identidade de gênero real ou percebida dos indivíduos.
O Ministério do Interior da Colômbia promulgou o Decreto nº 762, uma política pública de garantia dos direitos das pessoas LGBTI. O decreto foi criado em resposta a demandas da sociedade civil para o governo promover a não discriminação, a inclusão e a garantia dos direitos das pessoas com orientações sexuais e identidades de gênero diferentes.
A Assembleia Nacional do Paquistão aprovou a Lei das Pessoas Transgênero (Proteção de Direitos) que permite que as pessoas possam autodeclarar o gênero, obter documentação nacional de identificação e passaportes, bem como o direito de votar e se candidatar nas eleições. Entre outras proteções, a Lei proíbe a discriminação no emprego, nas escolas e nos serviços de saúde.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa vetou a lei revolucionária aprovada pelo parlamento que proibiria a realização de cirurgias desnecessárias nas pessoas intersexo e conferiria às pessoas o direito de autodeterminar o gênero. O presidente não concordou com a disposição que permite que as pessoas com entre 16 e 18 anos de idade possam autodeclarar o gênero com a aprovação dos pais, informando os parlamentares que os adolescentes devem passar por avaliação médica.
O Parlamento da Suécia agiu para ampliar a legislação sobre crimes de ódio para proteger as pessoas trans. A nova proibição de crimes de ódio contra pessoas trans deverá entrar em vigor no início do segundo semestre.
Na Costa Rica, o Tribunal Superior Eleitoral aprovou o procedimento indicado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para permitir que as pessoas possam mudar o nome e o gênero no Registro Civil. O Tribunal não aprovou a decisão do CIDH de que o casamento entre pessoas do mesmo sexo deveria ser reconhecido, afirmando que qualquer mudança na legislação sobre casamento deve ser feita pela Câmara Constitucional ou pela Assembleia Legislativa. No entanto, observou que pedidos de registros de casamento seriam averbados e poderiam ser efetivados retroativamente.
O Parlamento da Grécia votou a favor do apadrinhamento de filhos por casais do mesmo sexo vivendo em união civil. Embora a Grécia não tenha legalizado o casamento igualitário, a parceria civil entre pessoas do mesmo sexo foi legalizada em dezembro de 2015 e, um ano depois, o parlamento ampliou a proteção contra a discriminação aos casais do mesmo sexo.
Nos EUA, os estados de Colorado, Kansas, e Oklahoma avançaram ou aprovaram projetos de lei permitindo que serviços públicos e privados de adoção possam se recusar a atender casais do mesmo sexo. Um novo relatório do MovementAdvancement Project (MAP) avaliou como as assembleias legislativas estaduais dos EUA estão impedindo os que governos municipais implementem políticas afirmativas , incluindo a proteção das pessoas LGBT contra a discriminação.
O Líbano realizou sua primeira eleição legislativa em nove anos. A campanha levantou questões progressistas, incluindo um número recorde de candidaturas femininas e quase 100 candidatos que apoiaram a descriminalização da homossexualidade. Habib Battah, do Beirut Report, enfatizou que candidatos com ideias progressistas “conseguiram mudar o discurso durante a campanha”.
Enquanto a Tailândia se prepara para as eleições no ano que vem, o Bangkok Postnoticiou que os partidos políticos estão fazendo promessas para a comunidade LGBT para ganhar seu voto, incluindo uma promessa de aprovar uma lei de parceria civil entre pessoas do mesmo sexo. Já na Índia, o The Hindu noticiou que o número de eleitores transgênero cadastrados já dobrou desde as eleições anteriores para a Assembleia.
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Que os tribunais decidam: A Corte Suprema da Índia ouviu várias novas sustentações orais contra a Seção 377 do Código Penal que criminaliza a homossexualidade. Entre os argumentos contra a Seção 377, as novas sustentações destacaram que viola o direito à privacidade. No ano passado a Corte Suprema decidiu que este direito é um “direito fundamental”.
A União Europeia publicou a edição de 2018 do Manual de legislação antidiscriminatória europeia que examina jurisprudência para a correta implementação nacional das normas para a não discriminação. Foi concebido para auxiliar os operadores do direito, incluindo juízes, advogados, assistentes sociais e outros que possam ter que fazer frente a questões jurídicas relacionadas à discriminação.
Em nome da religião: Em Gana, o presidente da Igreja Pentecostal informou a 43ª Reunião do Conselho Geral da igreja que lideraria “milhares de fiéis” em uma manifestação nacional se continuar havendo pressão para legalizar a homossexualidade. Gana é um dos 36 Estados da Comunidade Britânica que criminaliza as relações entre pessoas do mesmo sexo.
Seis meses depois que a Austrália sancionou legislação reconhecendo o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o governo continua realizando inquéritos privados e públicos sobre o tema da liberdade religiosa no país. Embora não focadas exclusivamente nos direitos concernentes ao casamento, o presidente da subcomissão, deputado Kevin Andrews, anunciou que a maioria esmagadora das petições recebidas “expressa a preocupação de que a liberdade religiosa ou a liberdade de crença estejam sendo desafiadas pela ênfase colocada em outros direitos humanos”.
Michael Casey, um diretor da Universidade Católica Australiana, afirmou que forçar as pessoas a aceitarem as opiniões alheias sobre o casamento levaria a “mais conflito e amargura no debate público”. Enquanto isso, a Equality Campaign (Campanha pela Igualdade) continua exigindo o fim das isenções para as religiões que permitem que escolas e hospitais discriminem as pessoas LGBT.
Nos EUA, o analista de pesquisas Frederick Clarkson estudou uma coalizão de grupos pelos Direitos Cristãos e sua iniciativa “Project Blitz”. A iniciativa publicou um livro com 116 páginas contendo “estratégias” que inclui exemplos de linguagem jurídica, pontos de discussão de dados fatuais para coordenar e traçar estratégias para o movimento político cristão conservador. O grupo Americans United for Separation of Church andState (Americanos Unidos pela Separação da Igreja e do Estado) informou que, apenas neste ano, 71 projetos de lei estaduais e federais foram apresentados com base no texto do Project Blitz. Incluem projetos de lei que desvalorizam o casamento igualitário, reduzem as proteções para pessoas LGBT, impedem a adoção por casais do mesmo sexo, e limitam o reconhecimento das pessoas trans.
Também nos EUA, o Public Religion Research Institute (PRRI) (Instituto Público de Estudos da Religião) publicou os resultados de uma pesquisa abrangente com mais de 40 mil americanos sobre a importância das questões LGBT. Entre os achados, a pesquisa revelou que a maioria dos grupos religiosos apoia o casamento igualitário, incluindo os judeus (77%), os católicos brancos (66%), os cristãos ortodoxos (66%), os católicos hispânicos (65%) e os muçulmanos (51%). Além disso, a pesquisa mostrou que 60% dos americanos e a maioria dos grupos religiosos não concordam em permitir que o comércio possa discriminar gays e lésbicas com base em convicções religiosas.
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Ventos de mudança: A organização TGEU divulgou o Mapa dos Direitos Trans 2018 que destaca como os países europeus apoiam as pessoas trans, incluindo o reconhecimento do gênero, o direito à autodeterminação, o reconhecimento de outras identidades não binárias de gênero, a proibição da discriminação nos serviços de saúde, o direito à parentalidade, e os esforços rumo à despatologização—garantindo que as identidades trans não sejam tratadas como transtornos mentais.
A ILGA lançou seu Mapa do Arco-Íris na Europa 2018 e relatório que classifica 49 países europeus em relação a suas leis e políticas relativas à igualdade das pessoas LGBTI. Pelo terceiro ano seguido, Malta veio em primeiro lugar em termos da igualdade LGBT, seguido da Bélgica e Noruega, enquanto Azerbaijão, Armênia, Turquia e Rússia tiveram a pontuação mais baixa. O novo relatório mostra que um número menor de países está melhorando e que muitos estão “estagnando”. Observando que conquistas anteriores estão em risco, a diretora executiva da ILGA-Europe, Evelyne Paradis, afirmou que:
“Há um número demasiado de sinais de que tendências como populismo e nacionalismo não são apenas chavões políticas – podem ter um impacto duradouro na vida das pessoas LGBTI na Europa. Há um número demasiado de sinais ao nosso redor de que muitas das conquistas recentes são frágeis.”
A entidade Reporters Without Borders (RSF) (Repórteres Sem Fonteiras) publicou o Catálogo Mundial da Liberdade de Imprensa 2018 analisando 180 países e suas relações com a mídia. Comparando o catálogo a publicações como o Mapa do Arco-Íris na Europa, o Mamba Online explorou a relação entre liberdade de imprensa e os direitos LGBTQ. Embora algumas conexões sejam claras—por exemplo, a Noruega está em primeiro lugar para a liberdade de imprensa e em terceiro lugar no Mapa do Arco-Íris na Europa, enquanto o Azerbaijão está em último lugar no Mapa do Arco-Íris na Europa e entre os piores no catálogo da liberdade de imprensa—não obstante há exceções à regra.
A ILGA-Europe publicou o relatório "Financiamento para o ativismo LGBTI na Europa e na Ásia Central: prioridades e acesso a recursos" a partir de pesquisas junto a 287 organizações LGBTI. O relatório apresenta "a dura realidade da vida na linha de frente do ativismo". Enquanto isso, a Fundação Baring divulgou a concessão de novos financiamentos à sociedade civil da África Ocidental para o enfrentamento da discriminação contra LGBTI, em especial as mulheres LBQ e as pessoas trans.
No Brasil, o vereador gay assumido, David Michael dos Santos Miranda, falou sobre a luta em prol da comunidade LGBT, sobre a candidatura a deputado federal, e sobre o assassinato da única outra colega assumida na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a vereadora lésbica Marielle Franco.
No Paquistão, a ativista trans Ashi Butt discutiu sobre a criação da primeira instituição do país para pessoas trans idosas. Os moradores receberão alojamento, atenção médica gratuita, e viverão como uma só família “unidos na tristeza e na alegria de cada um”.
Na Sérvia, Isidora Isakov do grupo Izadji, ou “Saia do Armário”, descreve a criação de um novo centro para pessoas LGBTQ e outros grupos vulneráveis fora da capital Belgrado—um esforço para apoiar e disseminar o ativismo para as muitas vezes esquecidas pessoas LGBTQ que moram na zona rural.
E na Bolívia, o ativista Edgar Solis, do grupo Maricas Bolivia, explica por que sua organização está lutando por mais inclusividade dentro do movimento LGBT. Descreveu o “estereótipo” do ser gay:
“Gay na Bolívia, na América Latina e no mundo é uma sociedade higienizada. Não há gay gordo, velho, miscigenado. Gay é uma entidade mais higienizada, mais branca, na verdade”.
Medo de ódio: A Fundação Peter Tatchell lançou um novo vídeo com ativistas que fugiram dos 36 países da Comunidade Britânica que criminalizam a homossexualidade. No vídeo, as pessoas descrevem a exclusão pela comunidade e a perseguição e violência que sofreram por parte da polícia.
No Brasil, o HuffPost entrevistou ativistas LGBT sobre a situação enfrentada por pessoas trans no sistema penitenciário brasileiro onde muitas vezes são estupradas repetidamente e vítimas de outras formas de abuso. Enquanto isso, guardas municipais brasileiros na cidade de Jundiaí participaram de uma palestra para aprender como atuar de forma mais apropriada junto a pessoas LGBT.
Na Ucrânia, ativistas afirmam que ataques contra líderes LGBTQ e grupos feministas aumentaram nos últimos meses, e que a polícia não tomou providências. A Anistia Internacional comentou:
“Tendo em vista a omissão repetida da polícia em relação a tais ataques, não é de se surpreender que integrantes de grupos da extrema direita na Ucrânia aproveitam ao máximo a impunidade - atacando repetidamente indivíduos e grupos de cujas opiniões ou identidades discordam.”
Na Basquíria, Rússia, ativistas afirmam que a polícia se recusa a impedir uma “caça aos gays” na cidade de Ufa. Kristina Abramicheva, da Aliança de Heterossexuais e LGBT pelos Direitos Iguais, disse que os ataques “se tornaram um fenômeno em massa. Estamos falando de dezenas de casos”.
Em marcha: No mundo inteiro comunidades celebraram o IDAHOTB, o Dia Internacional contra Homofobia, Transfobia e Bifobia. No país da Geórgia, uma manifestação pacífica foi cancelada após ativistas terem recebido ameaças de morte. Várias dezenas de ativistas da Geórgia foram às ruas apesar das ameaças. A polícia ugandense, por ordem do Ministro de Ética e Integridade, impediu a realização do evento local do IDAHOTB quando já estava começando, apesar das autorizações já concedidas aos organizadores. A polícia libanesa prendeu o organizador do Orgulho LGBTI de Beirut, Hadi Damien, e o obrigou a cancelar a semana de eventos programados para coincidir com o IDAHOTB.
A emissora Radio Free Europe (RFE) noticiou que os pedidos de asilo de russos para morar nos EUA bateram o recorde dos últimos 24 anos. Ativistas de direitos humanos e advogados especializados em imigração informaram à RFE que leis e políticas que perseguem as minorias sexuais são parte do motivo do aumento das pessoas em busca de asilo.
Na França, muitas organizações tiveram que ajustar as prioridades e adaptar os serviços para lidar com o aumento de pessoas LGBT buscando asilo. O BAAM, um grupo que atua em prol dos migrantes e que criou recentemente uma coordenação especializada para LGBT, comentou sobre a necessidade das mudanças: "Ainda há bastante homofobia na nossa sociedade, mesmo entre assistentes sociais e dentro das organizações que ajudam os migrantes e também dentro dos serviços governamentais.” O InfoMigrants entrevistou quatro pessoas do Mali, da Guiné e do Marrocos em busca de asilo sobre por que fugiram para a França.
No México, vizinhos atacaram um abrigo onde estavam alojados migrantes LGBT. Segundo um coordenador do grupo de migrantes Angeles Sin Fronteras, os agressores disseram que não tolerariam gays, lésbicas e pessoas trans perto deles. No entanto, o presidente do Conselho Estadual de Atenção aos Migrantes afirmou que o ataque não foi homofóbico, e sim uma tentativa de retomar o abrigo dos migrantes, quaisquer que fossem.
Ambiente educacional: A Organização Internacional de Jovens e Estudantes Lésbicas, Gays, Bissexuais, Pessoas Trans, Queer e Intersexo (IGLYO) publicou a primeira edição do Relatório e Índice sobre Educação Inclusiva de LGBTQI, com análise de 49 países. O relatório avalia 10 indicadores comparáveis, incluindo leis anti-discriminatórias nos países aplicáveis à educação, políticas de reconhecimento de gênero, currículos inclusivos, formação de professores, e dados sobre bullying. Dos países analisados, apenas Malta, Holanda, Noruega e Suécia forneceram a maioria dos indicadores, enquanto 11 países não implementavam qualquer medida.
Nos EUA, alguns pais na Califórnia convenceram a direção de uma escola distrital a eliminar qualquer educação sobre saúde sexual, aulas sobre consentimento, e aulas sobre a inclusão de LGBTQ nas séries com estudantes com entre 9 e 13 anos de idade. O currículo tinha como propósito alinhar o distrito às exigências da Lei Estadual da Juventude Saudável; contudo, a direção da escola e os pais ficaram divididos sobre o que deveria ser incluído.
Em Vancouver, Canadá, manifestantes a favor e contra se confrontaram sobre o Currículo Inclusivo LGBTQ da Colúmbia Britânica. E na província de Ontário, o currículo de educação em sexualidade se tornou um tema quente na campanha eleitoral provincial. O líder conservador, Doug Ford, se comprometeu “respeitar os pais” e "acabar” com o atual currículo de educação em sexualidade.
Na Irlanda, o Royal College of Surgeons (Colégio Real de Cirurgiões) anunciou uma nova política sobre identidade e expressão de gênero para “garantir um espaço seguro, saudável e confortável”. Em artigo no European Sting, a estudante brasileira de medicina, Bianca Quintella, argumenta que para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os currículos de medicina devem ensinar os estudantes a rejeitarem a misoginia, a xenofobia, a homofobia e a transfobia. Na Irlanda do Norte, o escritor Louis Staples conversou com pessoas LGBTQ+ sobre as experiências tidas ao crescerem em um ambiente de bullying intenso e com pouco apoio, onde 84% dos jovens LGBTQ+ que sofrem bullying já pensaram em se suicidar.
Na África do Sul, os estudantes e o corpo docente da escola particular cristã só para meninos, o St. Andrew’s College, rebateram um pastor do Ministério Internacional de Empreendedorismo Africano após o sermão que proferiu carregado do discurso de ódio contra as pessoas LGBTQ e contra pais divorciados. O capelão da escola pediu desculpas formalmente e o diretor Alan Thompson disse que o sermão “desfez anos de trabalho” de apoio aos estudantes:
“[Estas opiniões] são contrárias a tudo que tentamos inculcar em nossos meninos; que cada um tem sua própria e única presença dada por Deus que é digna em si própria.”
Mais sobre Ambiente educacional
Esportes e cultura: Nos EUA, celebridades e ativistas comemoraram durante a 29ª Premiação Anual da Mídia da GLAAD, que teve enfoque especial este ano em questões interseccionais, incluindo imigração, justiça racial, direitos das mulheres, e aceitação de pessoas LGBTQ. No Reino Unido, a Premiação LGBT Britânica do NatWest comemorou pessoas LGBTQ e aliadas internacionais no seu evento. Visto que este ano mais de 50 mil pessoas participaram da votação pública, a cofundadora Sarah Garrett observou que a premiação permite que a comunidade possa “se erguer e falar francamente”:
“O verdadeiro poder em nossa comunidade é quando nós nos unimos para impulsionar mudanças, isto, para mim, é o que torna único nosso espectro de pessoas LGBTQ.”
A 63ª Festival Anual Eurovisão da Canção terminou com o Israel vencendo em primeiro lugar com a canção “Tor” por Netta. O concurso, que se tornou um porto seguro para os fãs LGBT ao redor do mundo, não ficou sem controvérsias porque a China censurou conteúdos LGBT. Cortou o show da Irlanda nas semifinais que incluía uma dança interpretativa retratando uma história de amor entre pessoas do mesmo sexo, e borrou uma bandeira do arco-íris durante o show da Suíça. Em resposta, a União Europeia de Radiodifusão cancelou a licença cedida à China, impedindo que veicule qualquer parte do programa.
A Junta de Classificação de Filmes do Quênia proibiu o primeiro filme do país a concorrer no festival de filmes de Cannes. A diretora Wanuri Kahiu disse que a junta pediu para ela mudar o final do filme Rafiki, uma história de amor entre lésbicas, para que as personagens fossem mais “arrependidas” e que “o final fosse menos otimista”. Confira o trailer do filme que a Variety chama de um “conto sobre o primeiro amor, com corações puros e nuances coloridas”.
"Apesar das nossas realizações e contribuições para a Índia em vários campos, a nós está sendo negado o direito à sexualidade, o mais básico e inerente dos direitos fundamentais."
~ Empresária Ayesha Kapur, dançarino Navtej Singh Johar, jornalista Sunil Mehra, dona de restaurante e personalidade da TV Ritu Dalmia, e historiador Aman Nathin, em sua petição conjunta contra a Seção 377 do Código Penal indiano que criminaliza a homossexualidade.